Há alguns dias eu estava no buzão voltado para casa e como não tinha nenhum livro ou música para passar meu tempo, fiz a única coisa possível dentro de um coletivo lotado plena sete horas da noite: tava prestando atenção na conversa dos outros. A história entre a cobradora e uma passageira era bem preocupante. Mais ou menos assim (dramatização):
Passageira: O bilhete único facilitou tanto a vida do trabalhador, olha que bom: em três horas podemos pegar um monte de ônibus e só pagar uma passagem!
Cobradora: É bom mesmo, né! Mas a SPTrans está roubando os trabalhadores!
Passageira: Como assim?
Cobradora: É que as catracas eletrônicas tem um probleminha. As vezes ela cobra indevidamente a passagem. Sei lá se é problema mesmo!
Passageira: Mas ninguém faz nada? Tipo, ninguém nunca reclamou?
Cobradora: Já reclamaram mas nós não podemos fazer nada e tem reclamar direto na SPTrans. Aí já viu né, demora pra te atenderem e ninguém admite que tá errado. É uma máfia!
Passageira: Mas como eles estão roubando?
Cobradora: Assim ó, o passageiro pega o primeiro ônibus e paga a passagem. Depois de uma hora ele pega outro ônibus. Não deveria cobrar nada, mas a máquina cobra outra passagem, mesmo sem ter passado o tempo de três horas. Entendeu?
Passageira: Nossa, mas isso é um horror!
Cobradora: Pois é menina.
A conversa ainda continuou por um bom tempo, mas eu me preocupei em reproduzir (quase literalmente) somente aquilo que achei relevante. Agora vamos pensar juntos: isso já te aconteceu antes? Puxando pela minha parca memória me lembro de ter ocorrido o mesmo caso comigo umas duas vezes. Mas na época achei que eu podia ter visto errado ou ainda que eu tava muito loka e imaginei coisas. Agora tudo faz sentido. Eu não estava doida nem vendo coisas, era a SPTrans me roubando descaradamente.
O que devemos fazer em casos como este? Chamar a polícia? Fazer uma reclamação na empresa? Acionar o Procon ou algum outro órgão dos direitos do povo? Não sei. Mas a partir de agora ficarei mais atenta. Se alguém tiver sugestões para o problema, aceito.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
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