Órgãos estudantis admitem ser ilícita a campanha do DCE e do CA dentro da Uninove
Por Erik Bernardes*
O movimento estudantil na Uninove mostrou sua cara nos últimos dias. Infelizmente quando tirou sua máscara o que pôde ser visto foi uma cara aparelhada a candidatos ao cargo de vereadores na cidade de São Paulo. Uma cara lavada, que quando questionada usou justificativas não convincentes para explicar o ato ilegal de fazer campanha política dentro da instituição de ensino.
O DCE – Diretório Central dos Estudantes – e o CA – Centro Acadêmico – de comunicação resolveram apoiar os candidatos Clairton Ferreira e Gustavo Petta, respectivamente. Esses órgãos estudantis, que deveriam representar os interesses de todos os alunos ligados à instituição e aos cursos relacionados, optaram por privilegiar os objetivos dos poucos dirigentes que compõem suas diretorias.
Ambos colocaram suas equipes de campanha no portão da Universidade. Com carros de som e "bonecões", – eles usam de todos os artifícios para tentar se aproximar do povo e forçar a identificação – empurram goela abaixo seus nomes e números, na expectativa de receberem votos da massa que consideram manipulada por suas ações eleitoreiras – o uso de alto falantes deve ser feito a, no mínimo, 200m das instituições de ensino, de acordo com o parágrafo 1º, inciso III, da resolução 22.178/2008 do TSE.
Em carta distribuída durante apresentação de uma colação de grau supostamente gratuita para os alunos da Uninove, parceria do DCE com uma empresa privada, o órgão declarou que as lideranças resolveram lançar seu ex-presidente, Clairton Ferreira, ao cargo de vereador. Disse ainda que "o candidato é advogado, ambientalista e grande defensor das causas sociais, dos animais e do meio-ambiente saudável", por isso "considera que sua vitória ampliará grandemente o nome dos alunos da UNINOVE, já que deixariam de ser lembrados como DEZ somente pelo marketing televisivo para serem lembrados como profissionais que despontam nas diversas profissões". Para finalizar, a carta do DCE pede uma reflexão: "Se é de votar num estranho, que vote em quem sempre nos defendeu" e pedem a indicação para amigos e familiares.
O CA não ficou atrás. Em visita à sala 203 do campus Vergueiro, no último dia 17, expôs as propostas de campanha do candidato Gustavo Petta, ex-presidente da UNE – União Nacional dos Estudantes. Solicitou ainda que os alunos assinassem uma declaração de apoio a tais propostas. Assim, sem nenhum debate sobre os reais benefícios dessas propostas àqueles estudantes de jornalismo, queriam uma declaração de apoio. Aproveitaram o momento também para divulgar uma cervejada e distribuir um jornal informativo que acabara de ser impresso com o apoio de terceiros.
Nestes três anos em que freqüento aulas no curso de jornalismo da Uninove, nunca antes havia recebido a ilustre visita dos colegas militantes do movimento estudantil, incluem-se aí os representantes do DCE ou do CA. Nunca houve um chamado para debates sobre as ações dos órgãos, nunca houve uma convocação de assembléia para definir prioridades de lutas, nunca houve nada. Nem ao menos a convocação para inscrição de chapas interessadas em disputar eleições para a diretoria dos órgãos, no sentido de ampliar e enriquecer o debate político estudantil na Universidade, foi feita com a peregrinação e vontade que demonstram no pré-eleições.
Quando questionados sobre a legalidade da campanha e do aparelhamento político dos órgãos, ambos os representantes reconheceram ser ilegal, mas tentaram tirar o corpo com a justificativa de serem apoios pessoais. Entretanto, quando usam o nome do órgão para chegar ao estudante com sua mensagem não representam pessoas, que não só podem como devem ter um posicionamento político, mas sim os próprios órgãos. Ou seja, segundo eles próprios, estão cometendo ato ilícito na campanha.
Considerando a atual conjuntura do movimento estudantil na Uninove, a responsabilidade dos estudantes dentro desse movimento e na esfera pública, já que está envolvida, e aproveitando o período de eleições, convido os que lêem esse texto à seguinte reflexão. De que forma um cidadão, ou seria indivíduo, que nunca convidou seus representados para o debate político na Universidade poderia ser "a pessoa certa" para a vereança na cidade de São Paulo? Qual o verdadeiro papel dos órgãos estudantis, debater a política com os estudantes e propor mudanças estruturais e acadêmicas nos cursos que representam ou fazer política municipal para determinado partido ou candidato? Como nós, estudantes e cidadãos, estamos contribuindo para que façam o que bem entendem com nosso nome quando nos omitimos à participação nas discussões sobre política?
Pensarei sobre isso antes de decidir apoiar determinado candidato. Pensarei nas propostas e questionarei essas propostas. Fiscalizarei não só o meu candidato, mas todos, durante os quatro anos que seguirão após as eleições. Mesmo que quatro anos seja muito tempo.
*Erik Bernardes é aluno do 6º semestre de jornalismo da Uninove.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
domingo, 21 de setembro de 2008
Fone de ouvido
Recentemente percebi que uma nova moda pegou. Ouvir música sem fone de ouvido. Isso mesmo. O cara compra um celular que toca MP3 e como não sobra dinheiro para o fone de ouvido ele é obrigado a ouvir a porra da música em alto e bom som.
Eu ando meio indignada com essa moda. É no ônibus, no metro, em todo lugar. Sou obrigada a compartilhar do mal gosto musical desse pessoal, começa no forró, passa pelo black e acaba no hip hop. É um verdadeiro show de horror!
Um dia desses até pensei em oferecer meu fone para o cara no metrô, mas lembrei que como é moda, eu teria que ter um estoque infinito de fones para distribuir. També já pensei em comprar um celular com MP3 e aderir a moda, mas eu acho isso uma sacanagem com o próximo (aquele que deveríamos respeitar. Meu direito acaba quando o desse cara começa, lembra?).
Então desisti de tentar entender. O que eu preciso mesmo é comprar um MP3, fazer uma seleção musical que me agrade, colocar meu fone de ouvido e seguir viagem. Enquanto isso não acontece, vou ouvindo do forró ao hip hop, fazer o que? Espero que essa moda seja passageira!
Eu ando meio indignada com essa moda. É no ônibus, no metro, em todo lugar. Sou obrigada a compartilhar do mal gosto musical desse pessoal, começa no forró, passa pelo black e acaba no hip hop. É um verdadeiro show de horror!
Um dia desses até pensei em oferecer meu fone para o cara no metrô, mas lembrei que como é moda, eu teria que ter um estoque infinito de fones para distribuir. També já pensei em comprar um celular com MP3 e aderir a moda, mas eu acho isso uma sacanagem com o próximo (aquele que deveríamos respeitar. Meu direito acaba quando o desse cara começa, lembra?).
Então desisti de tentar entender. O que eu preciso mesmo é comprar um MP3, fazer uma seleção musical que me agrade, colocar meu fone de ouvido e seguir viagem. Enquanto isso não acontece, vou ouvindo do forró ao hip hop, fazer o que? Espero que essa moda seja passageira!
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