Lendo o jornal pela manhã, vi "outra" reportagem sobre o bispo Dom Luiz Flávio Cappio que está em greve de fome por causa da transposição do rio São Francisco. Até hoje, confesso, não tinha me interessado pelo assunto. Mas o bispo já está a 16 dias sem comer (tudo bem que ele esta no soro), então achei que o assunto valia uma pesquisa mais intensa para entender o que esta acontecendo.
Para começar, a proposta de transposição do rio São Francisco foi criada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Essa história que a obra seria mais um valerioduto não condiz. A idéia é antiga, então, vamos acreditar que o bem estar e desenvolvimento da região nordeste formam a base para esse projeto.
Segundo, acredito que a igreja não deva se meter em assuntos políticos. Deus não tem nada a ver com o Lula. A igreja, no caso a católica, perdeu seu prestígio e seu poder ainda na Idade Média, quando o feudalismo entrou em decadência, isso lá pelo século XII ou XIII mais ou menos. Outra, o governo não deve negociar quando esta com a arma apontada, se ceder dá margem para outros atos do gênero.
Como disse uma amiga, isso é um jogo político, tanto de um lado quanto do outro. Reeleição e canonização são os prêmios do jogo. Até agora o bispo está ganhando, pelo menos na fama. Pessoas que apóiam sua atitude fazem romaria até a cidade de Barra (BA) para celebrar o jejum do bispo.
Acho meio sem fundamento a atitude do sr. Cappio, afinal, sendo cristão ele não pode cometer suicídio, senão não entrará no paraíso e nem um enterro cristão poderá realizar. Caso morra de fome, será por vontade própria, ninguém o obriga a não comer, assim, sua morte será considerada suicídio pela igreja. Pelo menos é o que se prega, talves não o que se siga. Depois de tantos séculos, a fé já não é a mesma.
Mas voltando, a transposição do rio em questão, já li um monte de coisa a respeito e ainda estou dividida. Uns atacam enquanto outros defendem. A verdade é que ambos os lados estão certos e têm bons argumentos. O nordeste sofre com a falta de abastecimento de água, fazendo com que o povo dessa região migre para os centros urbanos (SP por exemplo), por sua vez, esses centros não oferecem emprego e condição de sobrevivência para o excedente da população, formando assim as favelas e insulflando o ódio por essa camada pobre.
Analisando esse fator, o melhor seria dar um jeito na distribuição de água através do rio, criando condições da região nordeste se desenvolver e abrigar sua população. Porém, se olharmos pelo lado dos críticos do projeto, vemos outra realidade. Acredita-se que a transposição causará danos ambientais irreversíveis que poderiam causar a morte do rio. Outra alegação é que somente a população com maior poder aquisitivo seria beneficiada com o projeto.
As justificativas são boas, portanto, escolha o seu lado.
Eu ainda vou pensar um pouco mais a respeito. Não quero ser injusta.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
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